sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

Facebabel


Facebabel

No nome do livro
No livro da face
faces
na face de um livro
livres faces
Ápice de humanidade

Congregam-se no Templo titã
de Hipérion e Teia
filheiros

Castelo de fibra ótica
utopicalidade binária
do pensamento anti-filo:
monolinguismo tecnológico

Uma boca única
gritando onipresente
o caos da onisciência
pináculo da soberbia humana

No perfil de Pandora
Imagens sorridentes,
doutorado,
fotos nas águas azuis do Caribe
um filho sendo gerado
um carro novo
- Que mansão!
Felicidades ópticas,
desgraças célebres
Motim

Ftono clica curtir,
é o que Teia vê,
mas compartilha a Kronos
intensionando lançar-lhe os filhos
às profundezas de Gaia

Da caixa escancarada de Pandora
advém todos os males do mundo…
Mas o pior deles
vem do próprio pensamento
de querer enfiar a todos
na mesma caixinha minúscula

Compartilha, curte
Ignora…
Ah a dor dos ignorados...

Face a face clama:
Babel, babel, babel

Lança tua tribo aos confins
Espalha-te
Nosce Te Ipsum
Confunda-te com os que te entendam

Filhinhos…
que vossa face
não esfacele a de outrem
não sucite a ira de Kronos
Recuse a falar a mesma língua

Liberdade de expressão
é expressar,
não violentar o pensamento alheio
Que ganância considerar,
que falamos ou que falaremos
um dia a mesma lingua…

A mãe traída sonha
que Réia há de parir
o afável Interface
que tocará cliques


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