domingo, 17 de fevereiro de 2013

Seda



Qual flâmula
Farfalha a seda macia
Desliza contra a pele,
Arrepia

O corpo nu sob a seda
escarlata
Orna Leda,
Em lânguida borboleta

Sedosa tez
Seduzida pela maciez da seda
A espera do cisne
Contorce em sede
Leda

Ah Leda, vestes o berço
Das mariposas bebês
Inebriada foste atraída
Às luzes de tantas cores
Derramadas no manto da tua pele nua

A caldeira ferve borbulhante
Inocentes as pupas dormentes
Desconhecem
O destino fervente

Leda envolta em seda
Desmente em tom demente
A cruel saga da trama dos fios

Leda se deleita
Enquanto Zéfiro furioso
Adentra da janela
Em lufadas gélidas
Lambendo-lhe
Alando-lhe
Ardendo

O seio sedoso
 enrijece sob a seda
enquanto ela pinta o lábio
Carmim

Leda suspira
Aos sussuros de Zéfiro
Espera que a hora se apresse
E que o afago da seda
Lhe adormeça
A sensibilidade de mariposa
Para que devassa
Enlace
A hora do cisne





2 comentários:

Cris Campos disse...

Fabiana,

nada mais a dizer senão que adorei! Demais mesmo! Gr. Bj.!

Caleidoscópio disse...

Olá Cris, muito obrigada, apreciei muito sua visita! Saiu muito diferente do que eu queria dizer... este poema foi dizendo por si. A outra ideia guardo para outra ocasião...