quarta-feira, 20 de junho de 2012

ilha


Uma ilhazinha de areia fina

Sob um céu de purpurina

Um único coqueiro sem cocos

Um caranguejo canhoto



A ilha paira sobre o vasto mar

Uma equilibrista entre água e ar

Sem cais, sem porto,conforto

A ilha tem seu caminho torto



Cavada do oceano roto, bruto

A ilha em seu estreito alicerce

Carrega ainda a sombra inerte

Da planta, continente interrupto



Da fonte apenas uma gota pinga

Em uma pedra côncava lapidada,

Um fio de água que a areia singra

Donde verde lodo brota do nada



Ilha só, não visitada, ondas que rugem

Violentas, ao comando das tormentas

Que atingem a ilha, línguas que pungem.

E a palmeira, como bandeira apascenta

Transcorrido grandiosos alardes

O mar se faz sereno feito cetim

E sob o céu de veludo das tardes

Vislumbra-se áspera areia marfim


As aves avistando-a do céu abaixo

Veem um ponto sobre o espaço

Ponto não medido por compasso

Que cadencia qual um contrabaixo


Se ponto de começo, ou se ponto de fim

Não se sabe, nesta ilha apenas se passa.

Uma força a esquadrinhou ao mar assim

Um ponto no espaço a nortear a barcaça


Que passa.

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