quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

PARTO







Dilatadas as veias azuis
do morno ventre distendido
latejam, agonias entre véus
translúcidos,
cobrem o ente perdido
Novelo de lã
Amanhã
Que hoje é dia
do ontem ideal.
Entrelaçados: pernas, mãos, braços,
linhas no rosto perdido
Emergem das águas vãos, traços,
papel de rascunho esquecido
gotejando a orvalho de rosas, lilases
ainda botões a espera de florescer.
Um grito!
Que trazes?
Esquecimento.
Nas trevas se findam as luzes que cegam.
O medo brota em gritos, quando em trevas,
súbito faz-se luz que as negam.

Assim se nasce.

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